POTENCIALIDADE DO DISTRITO



Infraestruturas

Transportes e Comunicações

A situação da principal via de acesso que liga a sede do distrito – Nhamayabue, da Estrada Nacional n° 7, a partir do cruzamento Madhamba, com uma extensão de 240 km, continua sendo a grande preocupação, tendo em conta a situação precária em que se encontra. Para garantir a sua transitabilidade o Governo do Distrito em coordenação com a ANE tem feito regularmente trabalho de melhoramentos localizados ao longo do troço e noutras vias que fazem ligação entre as localidades.

O transporte de pessoas e bens é garantido pelo transporte ferroviário, que não e suficiente para suprir as necessidades do distrito. Para colmatar este défice, as comunidades recorrem ao uso de tracção animal e tractores para o transporte de passageiros e mercadorias do interior das povoações para as zonas de maior concentração. Nos últimos anos (2018-2020), nota-se uma tendência de crescimento de bicicletas e motorizadas para o mesmo propósito.

 A Rede Rodoviária

Possui uma extensão de 355 km de estradas não classificadas e 147 km de estradas classificadas, totalmente terraplanadas e por vezes intransitáveis no período chuvoso com maior gravidade no Posto Administrativo de Inhangoma e Nhamayabue.

Comunicações

 Relativamente às comunicações, para além da telefonia fixa da TDM e da mCel que funcionavam até 2007, o distrito passou a contar com os serviços da Vodacom e da Movitel e possui ainda uma (03) rádios de transmissão. A Rádio Comunitária continua sendo um dos veículos de comunicação entre as comunidades.

 Abastecimento de Agua as Populações

A Taxa de cobertura de água no Distrito é de 36,5%, o que corresponde a 193 furos operacionais, 2 sistemas de abastecimento de água na zona rural ligados a 10 fontenários operacionais e 557 ligações domiciliárias na zona urbana para um universo populacional de 174.450 habitantes do Distrito de acordo com INE – Censo 2017.

 

Economia e Serviços

A agricultura

É a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares. Dos 2.716 km² de superfície, estima-se em 5.550 hectares, o potencial de terra arável, dos quais só 4.200 são explorados pelo sector familiar.

De um modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas explorações familiares em regime de consociação de culturas com variedades locais.

 Produção Agrícola

A produção agrícola é feita predominantemente em condições de sequeiro, mas com alguns sobressaltos, uma vez que o risco de perda das colheitas é maior, dada a fraca capacidade de armazenamento de humidade dos solos durante o período de crescimento das culturas. A aptidão do distrito para a prática de agricultura irrigada ainda é muito baixa, apesar de algumas tendências do seu incremento.

Devido à grande variação na data de início do período de crescimento e, portanto, na data de sementeira, e dado que o período de crescimento é de pequena duração, os camponeses recorrem ao uso de variedades de ciclo curto.

Algumas famílias empregam métodos tradicionais de fertilização dos solos como o pousio das terras, a incorporação no solo de restolhos de plantas, estrumes ou cinzas. Para além das condições climáticas, os principais constrangimentos à produção são as pragas, a seca, a falta ou insuficiência em algumas comunidade de sementes de variedades de ciclo curto e pesticidas em algumas famílias.

Principais Culturas

Em cereais, as culturas mais praticadas são: a mapira, Mexoeira e o milho que é produzido em consociação com feijão nyemba em solos com boas capacidades de retenção de humidade e em micro-climas específicos.

Para além da cultura de batata-doce que é uma tradição em Mutarara, nas duas (2) últimas campanhas, notabilizou-se o incremento de hortículas como repolho, pimenta, cebola, alho e tomate, produzidos em grande escala, algumas vezes chegando a ser escoado de comboio para as cidades da Beira e Tete, e para o vizinho Malawi, por insuficiência no mercado local.

Culturas de Rendimento

Gergelim

As culturas de rendimento praticadas são: gergelim e Feijão bóer. As áreas para o seu cultivo, estimam-se em 15 e 17 mil hectares, respectivamente, e tendem a aumentar de ano para ano, devido os resultados alcançados, tanto na produção, assim como, na comercialização. O gergelim está se afirmar como a cultura mais rentável e continua a provocar mudanças positivas na melhoria das condições de vida das populações.

Os níveis de comercialização, tanto de gergelim, assim como de Feijão Bóer, foram satisfatórios. Como resultado, muitos produtores adquiriram rádios, bicicletas, motorizadas, telefones e alguns melhoraram a construção das suas habitações de precárias para a construção convencional.

As empresas fomentadoras dessas culturas são: SS Agro Limitada, que fomenta a cultura de Feijão Bóer e a Muana – Muana Comercial, SS Agro Lda, Klan Mozambique Lda, Casimo Reduane, Mesula (ETG) Lda, Makbul Hosse e Santos Inácio Camisola, fomentadoras de gergelim.

Pecuária

O fomento pecuário está conhecer significativas melhorias, pois observa-se uma tendência crescente anual do efectivo pecuário em todas as espécies, com destaque para os caprinos e aves comparativamente aos Anos Passados.

Dada a existência de boas áreas de pastagem, pode-se considerar que existe igualmente condições para o desenvolvimento da pecuária, sendo a ocorrência de casos de roubos e de doenças, bem como a falta de alguns serviços de extensão, como é caso de tanques carracicidas e mangas de tratamento, constituem os principais constrangimentos ao seu desenvolvimento.

Pesca

Existem 27 centros de pesca artesanal, com maior destaque nos Postos Administrativos de Charre e Inhangoma. As actividades pesqueiras são realizadas ao longo dos rios Zambeze e Chire. 

Floresta e Fauna Bravia

Floresta

Muatarara apresenta um grande potencial das árvores indigenas, nomeadamente, Ntsanya, N’goue, Mphingwe, que constituem a principal fonte de energia. Espécies como a Umbila, Chanfuta, Nicuema, Grutondo, Monzo, Chanate, Messassa e Mangueira, fornecem madeira para a construção e fabrico de artesanato. Outras espécies florestais existentes no distrito são: N’tondo, N’fula, N’tatcha, N’talala, Njerengere, N’tumbwi.

Áreas ocupadas por recursos florestais são estimativas em 180 mil hectares, entre as florestas de FL1 a FL3 abertas, semi-fechadas e mangais, na sua maioria das zonas montanhosas; onde ocorrem frequentemente casos de exploração ilegal de madeira.

A umbila e a chanfuta são espécies de madeira em via de extinsão. A lenha continua sendo a fonte de energia mais explorada, registando-se escassez deste importante recurso ao longo da fronteira com o Malawi, onde as populações chegam a percorrer entre 15 a 30 km de distância até a fonte de lenha mais próxima.

Fauna Bravia

A fauna bravia é considerada importante para a caça comercial e turismo, onde são encontrados variedades espécies de animais, como: Cudo, Lobos, Crocodilos, Hipopotamos, Changos, Imbabalas, Elefantes, Lebres, Leoes, Cabritos cinzentos e âves diversas. A caça de pequenos animais (gazela, cabritos e coelhos) e a pesca, especialmente para os que vivem ao longo das margens do rio Zambeze, constituem um suplemento dietético para as famílias.

Indústria e Turismo

A pequena indústria local surge como alternativa à actividade agrícola, ou prolongamento da sua actividade.

Existem 108 indústrias moageiras todas operacionais um total de 467 estabelecimentos comerciais, sendo 13 lojas e 454 baracas. Funcionam ainda dez (10) Pensões com um total de 211 camas.

Grande parte da economia de Mutarara provém da comercialização de produtos agrícolas e pescado ao nível local.

 Recursos Minerais e Energia

Recursos Minerais

Há evidências de existência de alguns minérios como o carvão mineral e pedras preciosas nas comunidades de Chazia, Txaka, Dzambawe e Nhaphale, com destaque para a turmalina, ainda não explorados. Relativamente ao carvão, estão em curso trabalhos de sondagem em Chazia, pela empresa indiana  ALL CORE DRILLING.

Energia

Regista-se um crescimento do número de beneficiários da energia de Cahora-Bassa, de 100 consumidores em 2018, para 763 consumidores em 2019.

O posto administrativo de Inhangoma já possui a rede eléctrica fornecida através da Hidroeléctrica de Cahora Bassa desde o ano de 2019, faltando o posto administrativo de Charre que continua sendo abastecido através de sistema de energia solar.

Como já foi referido acima, ao nível das restantes comunidades a lenha e o carvão vegetal continuam a figurar como sendo as fontes de energia mais utilizadas, onde as populações chegam a percorrer entre 15 a 30 km de distância para encontrar a fonte de lenha mais próxima, sobretudo ao longo da fronteira com o Malawi, onde os povos dois países partilham as mesmas áreas do território nacional para a exploração deste importante recurso.

Comentários

  1. Necessidade de rever o u melhorar o ponto de situação das vias de acesso de inhangoma

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